domingo, 10 de março de 2013

Conversão – Metanoia


A Quaresma é, no essencial do seu dinamismo espiritual e litúrgico, o tempo da conversão. E esta deve ser entendida no sentido paulino da metanóia, ou seja, da mudança radical que englobe a conversão da maneira de pensar, de sentir, de agir, de querer, de amar. Conversão aos critérios evangélicos mais puros e radicais para viver à maneira do Senhor Jesus Cristo.
  «Convertei-vos» foi o primeiro anúncio de Jesus Cristo, a primeira proclamação da Boa Nova. Converter-se aos critérios das Bem-aventuranças, às exigências da pobreza, serviço, humildade, despojamento evangélico. Mudanças dos critérios mundanos, por vezes quase pagãos, do ódio, da vingança, da vaidade, dum mundanismo de modos de ser, para viver a Vida de Cristo Jesus. Mudança do carnal para o espiritual, do material para o divino, do natural para o sobrenatural, do puramente humano ao plenamente cristão.
  E a grande conversão quaresmal deve consistir na con­versão ao amor. Rasgar os corações ao longo da Quaresma para que, na Sexta-Feira Santa, ao contemplar o soldado a trespassar o lado do Senhor, o nosso coração já esteja aberto pelo esforço da conversão à vida da caridade verdadeira. Se a santidade é o amor, se a perfeição da lei é a caridade, a grande conversão é ao amor.

Dário Pedroso, S. J.,Caminho de Libertação, 3.ª edição, revista, Editorial Apostolado da Oração, Braga, 2008, págs. 14-15

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