"A doutrina tradicional da Igreja, que a
nova reforma pastoral e litúrgica continuou a ter em consideração,
fala-nos da Quaresma como tempo privilegiado para a oração, o jejum, a
caridade. Três linhas de força da acção quaresmal, três acções concretas para o
plano da nossa Quaresma. Mudança verdadeira em três sectores.
Para com Deus, na oração, na intensidade
e qualidade da vida espiritual, no cuidado na vida interior. Dar mais tempo,
dar do nosso melhor ao Senhor. Buscar lugar e espaço para a oração pessoal mais
intensa, para a Eucaristia mais frequente, para a leitura e reflexão da
Palavra, para o exercício da Via-Sacra, para o tempo sereno e interiorizante da
Adoração reparadora. Conversão para com Deus, mudança na qualidade e quantidade
da nossa oração.
Para com o próximo, no exercício
concreto da caridade, do serviço, da esmola, da ajuda, da disponibilidade.
Conversão ao amor, à prática concreta da vida fraterna. Viver na paz, construir
laços de fraternidade, estabelecer relações amigas. Na caridade nunca daremos
tudo, nem o suficiente. A Quaresma apresenta-se como desafio ao amor dos
outros. Seria a grande mudança a realizar quotidianamente.
Para connosco, na conversão pessoal, no
jejum de tudo o que não nos deixar ser o cristão que devíamos. Jejum de comida,
de bens de consumo, de bebida, de tabaco. Mas jejuar também de maus hábitos, de
costumes menos cristãos, jejuar de tudo o que alimenta o nosso eu mesquinho, o
nosso homem velho."
Dário Pedroso, S. J.,Caminho de Libertação, 3.ª edição, revista, Editorial Apostolado da Oração, Braga, 2008, págs. 19-20
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