segunda-feira, 11 de março de 2013

Trilogia quaresmal


"A doutrina tradicional da Igreja, que a nova reforma pas­toral e litúrgica continuou a ter em consideração, fala-nos da Quaresma como tempo privilegiado para a oração, o jejum, a caridade. Três linhas de força da acção quaresmal, três acções concretas para o plano da nossa Quaresma. Mudança verdadeira em três sectores.
  Para com Deus, na oração, na intensidade e qualidade da vida espiritual, no cuidado na vida interior. Dar mais tempo, dar do nosso melhor ao Senhor. Buscar lugar e espaço para a oração pessoal mais intensa, para a Eucaristia mais frequente, para a leitura e reflexão da Palavra, para o exercício da Via-Sacra, para o tempo sereno e interiorizante da Adoração reparadora. Conversão para com Deus, mudança na qualidade e quantidade da nossa oração.
  Para com o próximo, no exercício concreto da caridade, do serviço, da esmola, da ajuda, da disponibilidade. Conversão ao amor, à prática concreta da vida fraterna. Viver na paz, construir laços de fraternidade, estabelecer relações amigas. Na caridade nunca daremos tudo, nem o suficiente. A Quaresma apresenta-se como desafio ao amor dos outros. Seria a grande mudança a realizar quotidianamente.
  Para connosco, na conversão pessoal, no jejum de tudo o que não nos deixar ser o cristão que devíamos. Jejum de comida, de bens de consumo, de bebida, de tabaco. Mas jejuar também de maus hábitos, de costumes menos cristãos, jejuar de tudo o que alimenta o nosso eu mesquinho, o nosso homem velho."

Dário Pedroso, S. J.,Caminho de Libertação, 3.ª edição, revista, Editorial Apostolado da Oração, Braga, 2008, págs. 19-20

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